quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Dire
tor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
T
odos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação."





eae meninos e meninas!
esta bela poesia é de um carinha chamado Manoel Bandeira..
excelente!
pensando nisso e em tuo que vem ocorrendo, quis colocar uma foto que mostrasse o mundo, sabe..
daí vi esta aí de cima, onde o planeta está nas mãos de alguém..
foto cheiaaaaa de detalhe, apesar de simples..
pensem.. nisso e nos outros.. sempreeeeeeeeeee!

bom finzinho de semana!

eduuuu

Nenhum comentário:

Postar um comentário